Sobre o Jaguar

É espantoso ter um corpo, todos os dias. Por exemplo, colocar meias. Fazer a barba, meditar. Ou não fazer nada. … Mais

A medusa de celuloide

A aproximação entre desejo e morte não é algo novo. Desde que Eva mordeu a tal maçã, sabemos que provar do fruto proibido tem consequências: culpa, inveja, ciúme, morte. Em maior ou menor grau, desejar é um mecanismo que a maioria esmagadora das culturas aprendeu a ver como nocivo. Enquanto as grandes religiões monoteístas o colocam na esfera do pecado, o budismo tenta abstraí-lo, já que desejar é também um dos vínculos que nos prende ao samsara, a eterna roda das reencarnações e do karma. É uma daquelas coisas que já vem instalada no sistema operacional do ser civilizado: desejar é errado. Mata. Lembre-se que o tabu civilizatório diz respeito ao incesto, ou seja, desejar um familiar.

CentoeQuatro e Frances Ha

Depois de assistir “Frances Ha”, em Belo Horizonte, no cine CentoeQuatro, muita coisas me passaram pela cabeça, desde: “Nossa que local bacana e marginal!” a “o que fazer com isso?”, referindo-me ao filme e do lugar que, quando comparado ao Cine Belas Artes e aos cinemas dos shoppings da cidade, é inusitado e pouco frequentado.

Os padrões de Claudia Rogge

O trabalho da fotógrafa alemã Claudia Rogge é difícil de definir. Ao olhar para os projetos dela, questionamos se são fotografias, mosaicos ou pinturas renascentistas e barrocas. Fato é que o resultado, independente do processo, é a mais pura arte. Claudia faz arte incomum com o comum; está preocupada com o padrão, as repetições, as multidões. Porém, o processo de construção destas multidões é focado totalmente no indivíduo. Claudia fotografa pessoa por pessoa, ou par por par, para chegar ao resultado final.